sábado, 28 de novembro de 2009

Caso Gurgel





CASE GURGEL


Fundada em 1º setembro de 1969 pelo engenheiro mecânico e eletricista João Augusto Conrado do Amaral Gurgel, a empresa que leva o seu nome representa uma importante experiência nacional na indústria de automóveis e que em 25 anos produziu utilitários, carros urbanos e até elétricos, com capital 100% brasileiro.

O engenheiro Gurgel começou produzindo Karts e minicarros para crianças, e em 1969 fundou a Gurgel Veículos. Sempre batizou seus carros com nomes brasileiros homenageando as tribos indígenas. Seu primeiro modelo era um bugue chamado Ipanema.
Em 1973 deu início ao sucesso da marca com o modelo Xavante, que foi seu principal produto agradando o público por sair da concepção tradicional dos bugues, e também ao exército que fez grande encomenda.

Em 1974, a Gurgel apresentou um pioneiro projeto de carro elétrico chamado Itaipu mas este apresentou problemas com a durabilidade, capacidade e peso das baterias o que até hoje é um desafio para a empresa automobilística. Após cinco anos de estudo, em 1980, foi testado outro veículo de tração elétrica, o Itaipu E400, um furgão com desenho moderno e agradável. Era um veículo estritamente urbano para duas pessoas, e eram necessárias 7 horas em média e 220 volts para recarregá-lo.

Em 1980 sua linha era composta de 10 modelos, com motores a gasolina ou álcool.
A valente empresa nacional crescia, sua fábrica contava com 272 empregados. Em 1977 e 1978, a Gurgel foi o primeiro exportador na categoria veículos especiais e o segundo em produção e faturamento. Cerca de 25% da produção seguia para fora do Brasil e eram fabricados 10 carros por dia.

Além dos utilitários, Gurgel sonhava com um minicarro econômico, barato e 100% brasileiro para os centros urbanos. Em 7 de setembro de 1987, foi apresentado o projeto Cena, “Carro Econômico Nacional”, ou Gurgel 280, o primeiro minicarro da empresa, projetado para ser o mais barato do país.

Apoiando a indústria nacional, o Governo Federal concedeu o direito de pagar apenas 5% de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para o carrinho, enquanto os demais carros pagavam 25% ou mais. Devido aos incentivos fiscais, os carros eram cerca de 30% mais baratos que os compactos de outras montadoras, como exemplo o FIAT Uno.

Infelizmente, quando parecia estar surgindo uma nova potência nacional no mercado automobilístico, o governo isenta todos ao carros com motor menor que 1000cm3 do IPI, o que acaba sendo uma traição a Gurgel pois as outras montadoras lançaram veículos com o mesmo preço do BR-800 mas oferecendo mais espaço e desempenho. O sonho da Gurgel era ser um fabricante nacional de automóveis acaba enfraquecido pelas dívidas e pela concorrência das multinacionais e acaba pedindo concordata em 1993. Numa última tentativa de salvar a fábrica a Gurgel pede um financiamento ao governo federal que é negado e as portas da fábricas se fecham no fim de 1994.

2 comentários:

  1. Conclusao:
    Case: Gurgel
    Gurgel, era inovador, buscando sempre praticidade, buscando incorporar avanços, menores preços, assim apresentava o capital intelectual idealizado pelas organizações. No começo conseguiu crescimento, sendo o primeiro exportador na categoria de veículos especiais e o segundo em produção e faturamento, mas não quis acompanhar as tendências do mercado buscando sempre produtos nacionais, deste modo o mesmo não compartilhou e nem absolveu o conhecimento externo, não tendo assim forças para competir com os produtos das multinacionais pediu concordata em 1993

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  2. Este caso ilustra muito bem a questão da persistência do empreendedor brasileiro e também a idéia de que nem tudo pode ser resolvido dentro do ambiente da empresa. Esta sofre sem dúvida nenhuma a influência de todo o ambiente externo em que está inserida. Assim, no momento em que a indústria automobilística brasileira estava despontando, a lei de redução do IPI baixada pelo governo termina com o sonho de Gurgel. Termina temporariamente digamos assim. Isso porque todo o conhecimento acumulado por Gurgel não pode de maneira nenhuma ser perdido. Ele conseguiu coisas incríveis com tecnologia desenvolvida 100% no Brasil. Hoje o sentimento nacionalista é muito maior, o "orgulho de ser brasileiro", assim quem sabe este conhecimento ainda não é aproveitado de modo a que no futuro nós tenhamos uma indústria automobilística tupiniquim de sucesso? Ótimo case.

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